O existencialismo tem como intuito compreender a existência humana, com questões do tipo: o que é existir? Quais as condições que envolvem o existir humano?
A palavra existir vem do latim exsistĕre, que significa ser, estar, nascer, manifestar-se, aparecer, emergir. Expressa a ideia de se colocar no mundo, expressar seu modo de ser e assumir aquilo que se é.
A reflexão sobre a existência gera questionamentos desde a Grécia Antiga. Porém essas questões se desenvolveram mais intensamente durante os séculos XIX e XX, tendo como representantes os filósofos Kierkegaard, Schopenhauer, Nietzsche, Merleau-Ponty, Sartre, Heidegger, e os escritores Dostoiévsky, Tolstói, Oscar Wilde, Hermann Hesse, Fernando Pessoa, entre outros. Cada um deles desenvolveu suas próprias reflexões sobre a existência humana.
O existencialismo questiona e contraria concepções filosóficas que estão fortemente enraizadas em nossa cultura ocidental, entre elas o racionalismo, que supervaloriza a razão em detrimento da emoção e a metafísica, que foca seu estudo em conceitos abstratos sobre o que é captado pelos sentidos, classificando, categorizando e generalizando.
O racionalismo se inicia com a famosa “Teoria das Ideias” de Platão, onde ele compreende que existem dois mundos: o mundo sensível, que é onde vivemos e sentimos, e o mundo ideal, que é onde estão as essências e as verdades das coisas, que somente temos acesso somente meio da razão.
A razão, segundo Platão, é o meio para se alcançar a verdade, para chegar até as ideias verdadeiras, que estão fora do mundo sensível. O racionalismo acredita que os sentidos são falsos e o único meio para se alcançar as verdades é a razão.
O filósofo dinamarquês Soren Kierkegaard (1813-1855) percebeu que a existência humana é muito mais complexa que teorias e abstrações sobre ela, acreditando ser impossível um sistema racional explicar e dar conta da totalidade do ser humano.
Segundo ele, o ser humano é muito mais do que qualquer teoria, e não há como classificar uma pessoa em sistemas explicativos, pois eles acabam a reduzir sua descrição. Classificar é rotular, isso desconsidera a singularidade de cada ser, como escreveu Kierkegaard, "quando você me rotula, você me nega".
O significado da existência não está em teorias e abstrações sobre ela, mas na própria existência.
O existencialismo, portanto, é um conjunto de reflexões filosóficas e literárias sobre a existência humana, em seu aspecto concreto e singular. Concreto, no sentido de se opor a teorias abstratas e idealizações, e singular por valorizar a pessoa em seu modo de ser particular. Seus principais valores são a liberdade de escolha, o reconhecimento das emoções e o respeito às diferenças.
A liberdade de escolhas refere-se ao fato de que todos somos livres para fazer escolhas a todo momento, e o respeito às diferenças é a compreensão da liberdade do outro em fazer suas próprias escolhas.
Enquanto reflexão filosófica, não pretende compreender o ser humano de modo a classificar a pessoa, procurando o que há de igual entre umas e outras, mas entender cada ser em sua singularidade, valorizando suas diferenças.
Um dos princípios do existencialismo pode ser resumido na frase de Jean-Paul Sartre ”a existência precede a essência”, ou seja, a pessoa primeiramente existe, faz escolhas, para somente depois construir a sua essência.
Essa concepção contraria a ideia de essência como algo que vem antes do ser. Para o existencialismo, a existência vem antes da essência, pois é construída por meio das escolhas que cada um faz em sua vida. Não existe uma essência que vai definir previamente o que cada pessoa vai se tornar, somos livres para fazer escolhas e nos tornaremos o reflexo das escolhas que fizermos.
Para entender isso fica mais fácil diferenciando o ser humano dos objetos. As coisas são feitas para um fim, elas possuem uma essência, ou seja, um celular é fabricado pensando em qual será sua função. Já o ser humano não, ele surge no mundo e escolhe o que vai fazer de sua vida por meio de suas experiências. Não há como saber o que cada pessoa irá se tornar antes dela existir.
Além disso, nós não somos algo pronto, estático, estamos sempre em transformação. Somos resultado das condições que estamos inseridos, mas também escolhemos nossa vida. Somos seres relacionais, estamos nos relacionando com outras pessoas, objetos e espaços a todo momento.
Cada pesso
O
existencialismo tem como intuito compreender a existência humana, com
questões do tipo: o que é existir? Quais as condições que envolvem o
existir humano?
A palavra existir vem do latim exsistĕre,
que significa ser, estar, nascer, manifestar-se, aparecer, emergir.
Expressa a ideia de se colocar no mundo, expressar seu modo de ser e
assumir aquilo que se é.
A
reflexão sobre a existência gera questionamentos desde a Grécia Antiga.
Porém essas questões se desenvolveram mais intensamente durante os
séculos XIX e XX, tendo como representantes os filósofos Kierkegaard,
Schopenhauer, Nietzsche, Merleau-Ponty, Sartre, Heidegger, e os
escritores Dostoiévsky, Tolstói, Oscar Wilde, Hermann Hesse, Fernando
Pessoa, entre outros. Cada um deles desenvolveu suas próprias reflexões
sobre a existência humana.
O
existencialismo questiona e contraria concepções filosóficas que estão
fortemente enraizadas em nossa cultura ocidental, entre elas o
racionalismo, que supervaloriza a razão em detrimento da emoção e a
metafísica, que foca seu estudo em conceitos abstratos sobre o que é
captado pelos sentidos, classificando, categorizando e generalizando.
O
racionalismo se inicia com a famosa “Teoria das Ideias” de Platão, onde
ele compreende que existem dois mundos: o mundo sensível, que é onde
vivemos e sentimos, e o mundo ideal, que é onde estão as essências e as
verdades das coisas, que somente temos acesso somente meio da razão.
A
razão, segundo Platão, é o meio para se alcançar a verdade, para chegar
até as ideias verdadeiras, que estão fora do mundo sensível. O
racionalismo acredita que os sentidos são falsos e o único meio para se
alcançar as verdades é a razão.
O
filósofo dinamarquês Soren Kierkegaard (1813-1855) percebeu que a
existência humana é muito mais complexa que teorias e abstrações sobre
ela, acreditando ser impossível um sistema racional explicar e dar conta
da totalidade do ser humano.
Segundo
ele, o ser humano é muito mais do que qualquer teoria, e não há como
classificar uma pessoa em sistemas explicativos, pois eles acabam a
reduzir sua descrição. Classificar é rotular, isso desconsidera a
singularidade de cada ser, como escreveu Kierkegaard, "quando você me
rotula, você me nega".
O significado da existência não está em teorias e abstrações sobre ela, mas na própria existência.
O
existencialismo, portanto, é um conjunto de reflexões filosóficas e
literárias sobre a existência humana, em seu aspecto concreto e
singular. Concreto, no sentido de se opor a teorias abstratas e
idealizações, e singular por valorizar a pessoa em seu modo de ser
particular. Seus principais valores são a liberdade de escolha, o
reconhecimento das emoções e o respeito às diferenças.
A
liberdade de escolhas refere-se ao fato de que todos somos livres para
fazer escolhas a todo momento, e o respeito às diferenças é a
compreensão da liberdade do outro em fazer suas próprias escolhas.
Enquanto
reflexão filosófica, não pretende compreender o ser humano de modo a
classificar a pessoa, procurando o que há de igual entre umas e outras,
mas entender cada ser em sua singularidade, valorizando suas diferenças.
Um
dos princípios do existencialismo pode ser resumido na frase de
Jean-Paul Sartre ”a existência precede a essência”, ou seja, a pessoa
primeiramente existe, faz escolhas, para somente depois construir a sua
essência.
Essa
concepção contraria a ideia de essência como algo que vem antes do ser.
Para o existencialismo, a existência vem antes da essência, pois é
construída por meio das escolhas que cada um faz em sua vida. Não existe
uma essência que vai definir previamente o que cada pessoa vai se
tornar, somos livres para fazer escolhas e nos tornaremos o reflexo das
escolhas que fizermos.
Para
entender isso fica mais fácil diferenciando o ser humano dos objetos.
As coisas são feitas para um fim, elas possuem uma essência, ou seja, um
celular é fabricado pensando em qual será sua função. Já o ser humano
não, ele surge no mundo e escolhe o que vai fazer de sua vida por meio
de suas experiências. Não há como saber o que cada pessoa irá se tornar
antes dela existir.
Além
disso, nós não somos algo pronto, estático, estamos sempre em
transformação. Somos resultado das condições que estamos inseridos, mas
também escolhemos nossa vida. Somos seres relacionais, estamos nos
relacionando com outras pessoas, objetos e espaços a todo momento.
Cada
pessoa se constrói por meio das relações que estabelece com as outras,
não como um ajuste (no sentido de “adaptação ao meio”), nem como uma
fatalidade (no sentido de “eu nasci assim e serei sempre assim”), mas
como uma inter relação.
O
fato de estarmos em relação implica, inevitavelmente, em lidar com
contradições e conflitos. Experimentamos diversas contradições
diariamente, entre elas ser quem eu sou e tentar ser quem desejo ser,
ser quem desejo ser e conviver com pessoas que não querem que eu seja
como desejo ser. Estamos sempre entre o que já fomos e o que desejamos
ser.
Somos
responsáveis pelas escolhas que fazemos e estamos no mundo para nos
inventar. Somos resultado e criadores de nossos modos de ser. Quando
fazemos escolhas deixamos para trás algumas possibilidades, mas também
encontramos e criamos novas possibilidades.
Os modos
de ser, o que valorizamos e o que desprezamos, não estão aí para serem
seguidos como uma regra, somos nós que escolhemos seguir. Do mesmo modo,
podemos também não seguir, e podemos também criar. Não estamos no mundo
para nos ajustar a ele, escolhemos o que valorizamos em nossa
existência.
Cada
escolha que fazemos nos leva a um caminho e nos traz novas
possibilidades de ser, de nos relacionar com os outros e com o mundo.
Não há como saber a consequência de cada escolha antes de fazê-la.
Existir é arriscado e inseguro. Nosso futuro é incerto, e por mais que a
gente se previna, não há como saber como será.
Escolher
a todo instante é angustiante, pois cada escolha que fizermos vai
refletir no que vamos nos tornar. Estamos sempre nos construindo e nos
reconstruindo, ajustando nossos projetos de ser com as condições e
circunstâncias onde estamos inseridos.
E
por mais que nosso projeto de vida não esteja tão claro para nós
mesmos, por mais que seja algo que outra pessoa nos sugeriu ou induziu a
fazer, a escolha de fazer é sempre nossa.
O
existencialismo é uma filosofia de ação, que coloca cada pessoa como
responsável por se fazer a si mesma, que reflete sobre temas
existenciais como: a liberdade, as incertezas, a angústia, a finitude, a
morte, a solidão, o sentido da vida, os limites, a transcendência,
entre outros.
a se constrói por meio das relações que estabelece com as outras, não como um ajuste (no sentido de “adaptação ao meio”), nem como uma fatalidade (no sentido de “eu nasci assim e serei sempre assim”), mas como uma inter relação.
O fato de estarmos em relação implica, inevitavelmente, em lidar com contradições e conflitos. Experimentamos diversas contradições diariamente, entre elas ser quem eu sou e tentar ser quem desejo ser, ser quem desejo ser e conviver com pessoas que não querem que eu seja como desejo ser. Estamos sempre entre o que já fomos e o que desejamos ser.
Somos responsáveis pelas escolhas que fazemos e estamos no mundo para nos inventar. Somos resultado e criadores de nossos modos de ser. Quando fazemos escolhas deixamos para trás algumas possibilidades, mas também encontramos e criamos novas possibilidades.
Os modos de ser, o que valorizamos e o que desprezamos, não estão aí para serem seguidos como uma regra, somos nós que escolhemos seguir. Do mesmo modo, podemos também não seguir, e podemos também criar. Não estamos no mundo para nos ajustar a ele, escolhemos o que valorizamos em nossa existência.
Cada escolha que fazemos nos leva a um caminho e nos traz novas possibilidades de ser, de nos relacionar com os outros e com o mundo. Não há como saber a consequência de cada escolha antes de fazê-la. Existir é arriscado e inseguro. Nosso futuro é incerto, e por mais que a gente se previna, não há como saber como será.
Escolher a todo instante é angustiante, pois cada escolha que fizermos vai refletir no que vamos nos tornar. Estamos sempre nos construindo e nos reconstruindo, ajustando nossos projetos de ser com as condições e circunstâncias onde estamos inseridos.
E por mais que nosso projeto de vida não esteja tão claro para nós mesmos, por mais que seja algo que outra pessoa nos sugeriu ou induziu a fazer, a escolha de fazer é sempre nossa.
O existencialismo é uma filosofia de ação, que coloca cada pessoa como responsável por se fazer a si mesma, que reflete sobre temas existenciais como: a liberdade, as incertezas, a angústia, a finitude, a morte, a solidão, o sentido da vida, os limites, a transcendência, entre outros.